As pessoas gostam de ser ouvidas e respeitadas em sua individualidade.
Durante a primeira reunião ministerial de 2024, o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, deixou bem claro que não estava nada satisfeito com a comunicação governamental e pediu mais divulgação dos programas de governo e ações integradas. O presidente argumenta que faz muito, mas muito pouco é divulgado. Nesse sentido, Lula pede uma dedicação por parte dos ministros no sentido de “traduzir” as informações dos programas estratégicos do governo. A queda da popularidade do governo seria resultado da inexistência de uma comunicação eficaz.
As falhas na comunicação do atual governo dizem muito sobre a nova estética da comunicação nas redes sociais – que marca uma significativa mudança em relação à comunicação de massa tradicional. Essa transformação está profundamente enraizada nas evoluções tecnológicas e no surgimento de plataformas digitais que permitem uma interação mais direta, sincera, instantânea, informal e personalizada entre os indivíduos e as organizações. Em contraste com a comunicação de massa, que muitas vezes era unidirecional, formal e padronizada, a comunicação nas redes sociais é caracterizada pela diversidade, pela multiplicidade de vozes e pela descentralização do poder de influência.
As pessoas que interagem nas redes têm a capacidade de criar, compartilhar e consumir conteúdo de forma rápida e acessível, moldando assim a nova estética da comunicação digital. Nas redes, somos informais, diretos, espontâneos e ágeis. Essa mudança tem implicações significativas na comunicação pública e no conceito de democracia.
No âmbito da comunicação pública, as organizações governamentais e não governamentais têm a oportunidade de alcançar um público mais amplo e diversificado, engajando-se em diálogos diretos e transparentes com os cidadãos. Isso fortalece a transparência, a participação cidadã e a prestação de contas, elementos essenciais para uma gestão pública eficiente e democrática.
Por outro lado, a nova estética da comunicação nas redes sociais também levanta desafios e questões importantes. A disseminação rápida de informações, muitas vezes sem verificação adequada, pode resultar na propagação de notícias falsas e na polarização do debate público. Além disso, a privacidade e a segurança dos dados dos cidadãos são questões que precisam ser abordadas de forma cuidadosa para garantir um ambiente digital saudável e ético.
No contexto democrático, as transformações da sociedade cada vez mais digital podem ampliar o acesso à informação e a participação política, permitindo que os cidadãos se expressem, se organizem e influenciem as decisões públicas. No entanto, é fundamental promover a alfabetização digital, a educação midiática, a capacitação das assessorias de comunicação do governo, o pensamento crítico para mitigar os riscos associados à desinformação e ao uso indevido das redes sociais. É nesse ponto, que o governo brasileiro perde o compasso e não aproveita as oportunidades de fazer a diferença no campo das políticas públicas de comunicação.
Em resumo, a nova estética da comunicação nas redes sociais representa uma mudança profunda na forma como nos comunicamos e interagimos na sociedade contemporânea. Ao mesmo tempo em que oferece oportunidades para aprimorar a comunicação pública e fortalecer a democracia, também demanda cuidado, responsabilidade e reflexão sobre os impactos e desafios que surgem nesse cenário digital em constante evolução.
Portanto, a minha sugestão para que o governo seja mais assertivo nas redes sociais é criar estratégias de comunicação e participação social nos ambientes digitais, permitindo o exercício pleno da cidadania. Aposte mais na interação do que na produção de vídeos aleatórios sobre o cotidiano. As pessoas gostam de ser ouvidas e respeitadas em sua individualidade.
Mobilizar o cidadão nas redes sociais requer estratégias eficazes de engajamento e comunicação. Aqui estão algumas sugestões:
1. Conteúdo Relevante e Interessante: Publique conteúdo que seja relevante para seu público e que desperte interesse e engajamento. Isso pode incluir informações úteis, notícias atuais, histórias inspiradoras, entre outros.
2. Diálogo e Interatividade: Incentive o diálogo e a interação com seu público. Responda a comentários, perguntas e mensagens de forma atenciosa e construtiva. Crie enquetes, faça perguntas e convide o público a compartilhar suas opiniões e experiências.
3. Utilize Multimídia: Aproveite o poder da multimídia, como vídeos, imagens e infográficos, para tornar seu conteúdo mais atrativo e envolvente. Utilize legendas e descrições acessíveis para garantir a inclusão de todos os públicos.
4. Campanhas e Desafios: Promova campanhas e desafios que incentivem a participação ativa do público. Isso pode incluir concursos, hashtags temáticas, desafios de fotos ou vídeos, entre outros formatos criativos.
5. Colaborações e Parcerias: Estabeleça colaborações e parcerias com influenciadores com relevante papel social, organizações e outras entidades relevantes para ampliar o alcance e a relevância de suas mensagens.
6. Transparência e Credibilidade: Seja transparente, autêntico e confiável em suas comunicações. Compartilhe informações precisas, verificadas e baseadas em fontes confiáveis para construir a confiança do público.
7. Informar para mobilizar: Inclua chamadas à ação claras e diretas em suas publicações, convidando o público a participar, compartilhar, entre outras atividades que promovam a mobilização social consciente. Ao combinar essas estratégias com uma abordagem consistente e autêntica, é possível mobilizar o cidadão de forma eficaz nas redes sociais.
